sexta-feira, 27 de março de 2009

a volta da Morena .


"no incolor do vento um arco-íris se fez
pelo raio de sol molhado de chuva.
o casulo se rompeu, se enchendo de luz
e as asas se abriram banhadas de cor.
alma liberta
esperança desperta
intensa e eterna
capacidade de sonhar."



tudo o que vai tem volta.
ainda bem, se é de bem !

quarta-feira, 25 de março de 2009

Morena Rosa Branca.

a história é assim:
duas morenas, 
um espelho de dois lados,
duas almas que não cabem em si
e um sonho.

uma é branca: morena branca.
a outra é rosa: morena rosa.
tão parecidas e tão diferentes ao mesmo tempo:
um espelho de dois lados.
é a semelhança que emerge na diferença.
é a identificação no oposto e nas entrelinhas.
a intensidade nos extremos.
os extremos mais oscilantes e mais fascinantes.
a introvertida mais extrovertida.
a extrovertida mais introvertida.
o vento mais doce.
o doce mais revolto pelo vento.

sabe o que faz a branca e a rosa tão especiais no meio de tantas morenas?
elas pensam com a alma,
choram com a alma,
riem - e muito- com a alma
e sentem com o coração.
sim, elas têm um coração.
e não é como um outro qualquer,
dizem até que é um tipo que não se fabrica mais.
é o coração que sonha,
que voa,
que acredita no impossível,
que a realidade nua e crua não ofusca,
que brilha.

lembra do sonho?
elas têm um sonho - cada uma o seu, não importa -
e nesse sonho há fantasia,
há você e eu,
há o branco e o rosa
e todas as outras cores,
e todas as outras.

o sonho nasce quando a alma tem necessidade de se libertar -  diz a morena. 
morena branca rosa.


segunda-feira, 23 de março de 2009

estranha.

a menina não se reconhece nas imagens que vê.
algo inexplicável, incontrolável e interminável está lá.
e  ela sabe, mas finge esquecer.
o tempo passa,
e nem tudo passa.

ela é estranha - é o que dizem.
e só
estranha.

e então você sente.

e então você vê pontos de luz brilhando
e se pergunta o que aconteceu.
você não sabe.
só sente saudade e vontade de ir.
depois, você vê o tom azulado da escuridão.
e sente saudade e vontade de sorrir.
e você lembra que já não lembrava mais de muita coisa.
que o sorriso sempre esteve ao lado da lágrima,
que partir também é chegar.
que algo que está ali pode valer a pena, 
mesmo que você ainda não veja,
mesmo que ainda não faça sentido.
e então você sente um frio na barriga.
e o coração acelera apertado.
e então você sente o que não sabe e nunca deixou de sentir.

quarta-feira, 18 de março de 2009

o limbo e a ressaca.

limbo:
lugar indeterminado.
tempo indeterminado.
obscuro.
questionável.
imobilizador.

você já se sentiu no limbo ?
não recomendo. 

...

olhos de ressaca.
pele pálida.
tudo cansa.
posso dormir ?
apaga luz, por favor.
silêncio !
não, não é ressaca.
só os olhos mesmo.


["... no love, no glory, no hero in her sky ..." - 
The Blower's Daughter - Damien Rice]

sexta-feira, 13 de março de 2009

eu e você não.

agora não dá mais.
não me espere.
eu chorei. 
você não enxugou minhas lágrimas.
eu cai.
você não me ajudou.
eu quis bater.
você não me segurou.
eu gritei. 
você não ouviu.
eu fui embora. 
e você não viu.

[é isso que acontece, querendo ou não, algum dia da sua vida. 
mudam as personagens, mas a história ...] 

quarta-feira, 11 de março de 2009

I just don't know.

I just don't know what to do with myself.
That's all.
And that's not enough, you see.
I don't belong here.
And I'm not there.
The silence is my friend and my pain.
Pain, trouble, tears ...
Smile !
I can't do this right now, sorry.
Thoughts are floating and fighting inside my head .
I'm tired.
So what do I have to do ?
I just don't know what to do with myself.


[música da semana: I just don't know what to do with myself, na versão do White Stripes. O que escrevi acima não é a letra da música, apenas o que me veio na cabeça a partir dela . Que fique claro. E eu não sou fluente em inglês, apenas finjo que sei algo. A gente sempre finge alguma coisa, enfim.]

quarta-feira, 4 de março de 2009

Acerca da Ausência e da Presença.

a gente tenta fugir, mas não adianta.
uma ausência é mais sentida do que uma presença, seja ela qual for.
isso é uma coisa um tanto quanto confusa, pois deveríamos agregar mais valor ao que de fato temos ou somos ou sentimos ...
mas quem disse que somos lógicos ou coerentes ?
bom, a questão é que tenta-se - e muito - disfarçar e esconder a dor de uma ausência. tudo em vão. ela está ali. e ela dói. dói mais do que qualquer outra coisa. dói por si só.

parece até que a gente gosta de sentir dor. ela nunca vai embora. em alguns casos, está camuflada; em outros casos, escancarada.
fato é que, a cada dia que passa, nos interessamos mais pelo que não alcançamos, pelo que não temos, pelo que não somos ... e assim seguimos.

nesse mundo louco e autodestruidor - porque somos, no fundo, autodestruidores e responsáveis por tudo que fazemos a nós e ao que nos rodeia -, a ausência se mostra cada vez mais forte que a presença. reflito, repito, insisto e continuo.

é o silêncio que ensurdece com todos os seus sons.
é a fome que alimenta.
é a sede que refresca.
é a escuridão que ilumina.
é o veneno que cura.
é o ódio que mostra o amor.
é a morte que revela a vida.
é a dor que alivia e salva.


então, é isso ?
para onde a gente vai ?
não vai. está ausente.

domingo, 1 de março de 2009

Netuno.

.

desculpa, preciso ir.
está muito quente aqui.
é um exercício muito pesado se manter de pé.
não posso ser deixada.
prefiro deixar.
não entendo o mundo lá fora.
mal entendo o meu mundo.
não sou daqui.
sou do frio, do sozinho e do distante.
preciso voltar para Netuno.
a água me chama.

até algum dia.
melhor, até alguma noite.


.

Notas Sobre Um Inferno Astral .

a cabeça gira.
tudo gira.
tudo é pensado.
e irracional.
a vida parece ter tomado um rumo diferente.
as pessoas não são as mesmas.
e quem vos fala também.
tudo é redundante.
muita coisa se perdeu.
muito se questiona.
pouco se sabe.
o que se esconde ?
o inferno.
é astral, mas não deixa de ser inferno.
infernal.