a gente tenta fugir, mas não adianta.
uma ausência é mais sentida do que uma presença, seja ela qual for.
isso é uma coisa um tanto quanto confusa, pois deveríamos agregar mais valor ao que de fato temos ou somos ou sentimos ...
mas quem disse que somos lógicos ou coerentes ?
bom, a questão é que tenta-se - e muito - disfarçar e esconder a dor de uma ausência. tudo em vão. ela está ali. e ela dói. dói mais do que qualquer outra coisa. dói por si só.
parece até que a gente gosta de sentir dor. ela nunca vai embora. em alguns casos, está camuflada; em outros casos, escancarada.
fato é que, a cada dia que passa, nos interessamos mais pelo que não alcançamos, pelo que não temos, pelo que não somos ... e assim seguimos.
nesse mundo louco e autodestruidor - porque somos, no fundo, autodestruidores e responsáveis por tudo que fazemos a nós e ao que nos rodeia -, a ausência se mostra cada vez mais forte que a presença. reflito, repito, insisto e continuo.
é o silêncio que ensurdece com todos os seus sons.
é a fome que alimenta.
é a sede que refresca.
é a escuridão que ilumina.
é o veneno que cura.
é o ódio que mostra o amor.
é a morte que revela a vida.
é a dor que alivia e salva.
então, é isso ?
para onde a gente vai ?
não vai. está ausente.
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