ela era diferente, achavam-na estranha.
e isso nem precisava ser dito.
até que um dia ela conheceu um certo Cravo.
naquele momento, ele era um cravo como outro qualquer.
muitas coisas aconteceram no jardim
a Margarida passou por mudanças.
o vento sacudia a cada dia mais suas pétalas.
e ela já estava acostumada às tempestades e ao sol que brilhava de vez em quando.
a Margarida, numa dessas ventanias,
se aproximou do Cravo.
e percebeu que ele também era estranho.
e como (quase) tudo o que é estranho a encanta, ela se encantou.
há um tempo atrás,
a Margarida não queria se encantar com mais nada.
e como nem tudo é como se quer ...
ela não sabe o que fazer,
mas aprendeu a desfazer.
então, espera os sinais
e tenta se manter mais presa à terra.
as nuvens a deixam perdida.
e essa Margarida não precisa de um certo Cravo para ficar perdida,
embora perder-se com outro deva ser bem melhor.
afinal de contas, também no jardim a vida é feita de perdas...
e de encontros.
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