domingo, 20 de setembro de 2009

a Margarida e um certo Cravo.

no jardim havia uma Margarida.
ela era diferente, achavam-na estranha.
e isso nem precisava ser dito.
até que um dia ela conheceu um certo Cravo.
naquele momento, ele era um cravo como outro qualquer.

muitas coisas aconteceram no jardim
a Margarida passou por mudanças.
o vento sacudia a cada dia mais suas pétalas.
e ela já estava acostumada às tempestades e ao sol que brilhava de vez em quando.

a Margarida, numa dessas ventanias,
se aproximou do Cravo.
e percebeu que ele também era estranho.
e como (quase) tudo o que é estranho a encanta, ela se encantou.

há um tempo atrás,
a Margarida não queria se encantar com mais nada.
e como nem tudo é como se quer ...
ela não sabe o que fazer,
mas aprendeu a desfazer.

então, espera os sinais
e tenta se manter mais presa à terra.
as nuvens a deixam perdida.

e essa Margarida não precisa de um certo Cravo para ficar perdida,
embora perder-se com outro deva ser bem melhor.
afinal de contas, também no jardim a vida é feita de perdas...
e de encontros.


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