sexta-feira, 16 de julho de 2010

linhas e entrelinhas.

não, você não fez nada.
esse é o problema.
se tivesse feito, eu teria o que lembrar - você também, e saberia.

essa história não teve linhas,
foi feita entrelinhas,
imaginadas por mim e alimentadas por você.
e sentida por mim - de verdade, só por mim.

"eu te amo" não é o suficiente.
palavras não são o bastante, não mais.

o que importa é você aqui, não aí.
o que eu quero é olhar no fundo dos seus olhos .
e sentir que você está ali - e que eu posso estar também.

eu preciso de mágica nas entrelinhas.
nas linhas eu preciso do que é de verdade.

ensaio sobre uma dor.

o que você vê não é o que sinto.
o que sinto não tem nome e nem explicação.
porque você explica o que entende.
o que você não entende dói.
dói uma dor cortante.
uma lágrima cai sem que você ao menos sinta.

você já não sabe mais o que te importa,
não lembra se já amou alguém.
se algum dia foi ferido,
se alguma vez seu coração foi tocado.
tudo o que vê é incompleto, confuso e sem cor.

acordado, você sonha.
sonhando, você foge.
e não tem sentido.
e não tem explicação.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

mundo perdido.

tudo o que ela quer é um sentido.
ela não acredita mais no que vê.
o que ouve a confunde.
o que sente, não sabe.

ontem ela descobriu que não sabe o que é amor.
talvez só tenha conhecido o amor dos livros, dos filmes e das músicas.
o que ela vê por aí não reconhece.
não entende.

como entender algo que nunca sentiu?
como sentir algo que não conhece?

agora ela fica presa num mundo perdido.
não sabe o que é sonho, o que é realidade, o que não é.

ela sorri querendo chorar.
ela perde querendo encontrar.

domingo, 9 de maio de 2010

do outro lado.

acho que eu vi o outro lado.
eu não queria estar ali,
precisava ir para lá.

tudo que lembro se resume a vozes
e a um vazio.
mais nada.

só sei que naquela noite quase dia,
seis mãos me salvaram.
três almas recuperaram uma alma que já estava quase do lado de lá.
isso não tem preço.

e não havia lágrima que desse vazão àquela dor.
e não hovia lágrima que exprimisse tamanha gratidão.
e não havia lágrima mais viva.

se eu estou inteira ?
uma metade inteira.
a outra não sei pra onde foi - talvez esteja lá.

sábado, 8 de maio de 2010

e isso basta.

sempre existirá alguém pronto para te decepcionar,
algum motivo para você chorar,
alguma coisa para você perder, esquecer ou sentir falta.

seja forte e não perca a ternura.
e isso basta.

o que eu não quero.

o que eu não quero mais:
um sorriso que não seja verdadeiro,
um abraço que não seja apertado,
uma mão que não esteja aberta,
um olhar que não enxergue o que ninguém vê,
uma boca que só fala e nada diz,
um ouvido que não seja capaz de escutar o silêncio,
uma cabeça que não reflita,
um coração que não bata mais forte de vez em quando,
uma alma que nada sinta.

eu quero sentir.
eu quero sentir que você sente.
eu quero sentir que você algum dia pode vir a sentir.

sábado, 10 de abril de 2010

... dias cinzas.

a natureza se revolta ...
como pôde a gente não sentir ?
a gente chora ...
a dor não tem mais pra onde ir.

chuva de lágrimas.
mar de dor.


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