quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ela e o Sorriso .

o que Ela esconde atrás do sorriso ?
segredo. 
ninguém sabe responder.
acho que Ela esconde o que nunca encontrou.
talvez tenha se perdido,
talvez exista um vazio,
talvez Ela apenas seja ...
será que Ela sabe ?
ouvi dizer que Ela espera o vento vir buscá-la.
para onde vai ?
Ela só quer ir,
fechar os olhos e sorrir.
e Sorrir.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

o pierrot dos cachos negros.

o pierrot que toda colombina - ou quase toda - gostaria de ter.
existe ?
até onde sei, existe .
e ele parece um anjo ... até cachinhos ele tem.
cachinhos negros, pele branca, olhar profundo.
e o melhor: presença de espírito.
é uma calma que não se sente em qualquer um.
ele é um pierrot diferente dos outros.
e sabe disso.
feliz deve ser a sua colombina . e ela está longe.
o pierrot de cachinhos negros preenche qualquer vazio,
traz beleza ao silêncio,
a riqueza no olhar
e a doçura na alma.
é só ficar ao seu lado.
feliz deve ser a sua colombina.
não fique longe, por favor.
o pierrot também é feito de carne e osso.
ainda assim, mais uma vez, repito:
feliz deve ser a sua colombina.


... mais um conto em clima de carnaval.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

a dona do caos.

é carnaval.
a colombina já nem sente mais o tempo passar.
e ele passa ... como passa !
tudo o que ela queria era fugir, mas não consegue.
há laços invisíveis, e ela mesma criou.
e não nega.
seus dedos têm anéis, seus olhos têm cores, sua roupa tem flores.
mas e o coração ?
não tem amores .
a colombina cansou de sofrer e deixou o coração pra lá .
os amores de ontem e de amanhã devem estar viajando . 
ela não tem pierrot, não tem arlequim.
sem emoção, sem razão.
a cada luz da lua, percebe que é sua própria companhia e precisa se acostumar a isso.
a festa está na rua, mas o caos está dentro da colombina.
há quem diga que é bom ter o caos dentro de si.
é bom ?
a colombina sonha, mas não sabe com o quê.

lua.
anéis, cores, flores.
caos. 
fuga.
por que acordar ?
sonha ...
e continua.

e lá vem o caos.
é a colombina.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

fardo.

o dia começa com as dores do mundo.
literalmente.
por que tem que ser assim ?

é a minha cabeça que explode ...
a de ninguém mais.

é o dom da caridade ?
é só mais uma mensagem ?
dons ...
facilmente podem passar a ser fardos.

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domingo, 15 de fevereiro de 2009

pó.

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o amanhã.
é estranho, mas hoje não sinto que haja um amanhã.
devem ser esses tempos de crise que atravessam o quintal.
e que socam a alma e reduzem tudo a pó.

crises trazem mudanças.
para melhor ?
é o que se espera.
e o que se tenta fazer.

e limpa-se o pó.

eu peço força.
e nada mais.
acho que não tenho o direito de pedir nada além disso. 
só agradecer.
e amar.


do amor à dor.
da dor ao amor.
do pó ao pó.

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O Retorno do Sapo.

o sapo está de volta.
ele não desiste.
canta, pula, canta, pula ... e nada.
muitas vezes ele lembra a época em que era apenas um girino. e nadava também.
não é bobeira dizer que, na verdade, ele nunca deixou de ser um girino.
ele não cresceu.
ele continua brincando.
e o pior: brincando com o sentimento alheio.
isso é muito feio.
não há nada de ruim manter a doçura infantil, o jeitinho encantador...
mas brincar ? aí já é demais !
sapinhas e outros seres ainda continuam ao seu redor.
porque precisam, porque amam ou porque se acostumaram ?
não é que ele não mereça a companhia de ninguém.
ele precisa dar valor ao que tem, independente do meio e da forma.
precisa aprender a ser verdadeiro, não só conveniente ou cego por seus interesses.
dizem que "Deus não dá asa a cobra".
pois é. eu digo que Deus não dá asas a sapo.
e nunca dará.
o sapo não seria - do verbo Ser - o suficiente para enxergar as asas ou aqueles que as têm e que poderiam ajudá-lo realmente.
ele simplesmente não sabe o que quer.
o que sai do seu papo é puro papo.
o brilho é fosco.
"nem tudo que reluz é ouro" ?
acho que sim.
o sapo olha pra cima e vê os vaga-lumes.
e ele nunca chegará lá.
ele deve saber.
nem que seja lá no âmago da sua alma.
é uma pena.
nunca quis tanto dizer isso.
é uma pena.
tudo poderia ser diferente.
e o sapo poderia voar ... se quisesse, apenas.


a fada, pelo menos, está longe.
dizem que está em uma dimensão desconhecida.
e é só o que se sabe dela.



sábado, 14 de fevereiro de 2009

A Menininha da Casa Lilás

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era uma vez uma menininha que morava num casa lilás .
desde pequena, fora acostumada a ter tudo o que desejava e na hora que desejava .
tudo era muito perfeito . cada pessoa no seu devido lugar, mesmo que houvesse uma ou outra troca de vez em quando.
para ela, tudo era feito de sorrisos, bonequinhas de pano, sorvetes de morango.  
nenhum mal podia atingi-la, assim como nada fora do normal e do ideal entrava no seu mundo .
a casa se assemelhava a uma redoma de vidro.
o que ela não sabia, e que as pessoas próximas pareciam ignorar, é que vidro um dia quebra. 
a realidade ou "as coisas como elas são" acabam batendo no seu portão.
e não há como fugir.
não há do que reclamar.
há perdas, há ganhos e há aprendizado.
as coisas acontecem, e muitas não dependem de uma vontade.
simplesmente acontecem.
e era justamente isso que a menininha não entendia.

até que um dia a menininha percebeu que havia crescido.
e que a vida não era só decepção.
e que não era só alegria.
que há coisas que apenas são. 
e que há outras que existem apenas para serem mudadas ou ultrapassadas.

desde então, ela passou a olhar para fora de sua casa.
ela viu coisas belas do lado de fora ... e coisas tristes também.
uma coisa, no entanto, ela percebeu :
os olhos já não eram mais os mesmos.
tudo tem dois lados.
e ela enxergava-os, não como uma menininha que fugia da realidade, 
mas como um ser humano que vivia .

ela decidira, enfim, viver e não se esconder.
ficar na chuva sem medo de se molhar.
ganhar sem medo de perder.
andar sem medo de cair.
e voar.

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

...

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se alguém por acaso encontrar minha cabeça por aí, me avise.
acho que a perdi.
ou simplesmente não consigo me lembrar.
é tanta coisa que preciso esquecer, que outras acabam entrando no meio.
tenho medo de um dia acordar e não lembrar mais.
e de perder.
e não saber, enfim.

é o muito que mostra o pouco.
e o pouco ?
é o que falta.

difícil saber se a gente realmente precisa de uma coisa ou se é só costume.
parece um ciclo vicioso.

eu quero me libertar .
pode ser que um dia eu consiga ...
nesse mundo ou não.

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