ele não desiste.
canta, pula, canta, pula ... e nada.
muitas vezes ele lembra a época em que era apenas um girino. e nadava também.
não é bobeira dizer que, na verdade, ele nunca deixou de ser um girino.
ele não cresceu.
ele continua brincando.
e o pior: brincando com o sentimento alheio.
isso é muito feio.
não há nada de ruim manter a doçura infantil, o jeitinho encantador...
mas brincar ? aí já é demais !
sapinhas e outros seres ainda continuam ao seu redor.
porque precisam, porque amam ou porque se acostumaram ?
não é que ele não mereça a companhia de ninguém.
ele precisa dar valor ao que tem, independente do meio e da forma.
precisa aprender a ser verdadeiro, não só conveniente ou cego por seus interesses.
dizem que "Deus não dá asa a cobra".
pois é. eu digo que Deus não dá asas a sapo.
e nunca dará.
o sapo não seria - do verbo Ser - o suficiente para enxergar as asas ou aqueles que as têm e que poderiam ajudá-lo realmente.
ele simplesmente não sabe o que quer.
o que sai do seu papo é puro papo.
o brilho é fosco.
"nem tudo que reluz é ouro" ?
acho que sim.
o sapo olha pra cima e vê os vaga-lumes.
e ele nunca chegará lá.
ele deve saber.
nem que seja lá no âmago da sua alma.
é uma pena.
nunca quis tanto dizer isso.
é uma pena.
tudo poderia ser diferente.
e o sapo poderia voar ... se quisesse, apenas.
a fada, pelo menos, está longe.
dizem que está em uma dimensão desconhecida.
e é só o que se sabe dela.
2 comentários:
Vaga lume
Preciso dormir, aspirina
Vaga lume gentil
Não vá embora
Mas traga amanhã alguém
Que use estrelas pra brincar, como eu.
Que de nós sente as estrelas como eu?
Como eu...
Preciso dormir, aspirinas
Desculpas todas elas...
Vaga lume gentil me leva embora
E deixa amanhã alguém que use estrelas pra contar, como eu
Quem de nós protege do sonho como eu?
Quem de nós dois sente as estrelas como eu?
Como eu...
Vitor B.
Postar um comentário