falar em último dia é estranho.
último dia do ano.
como se existisse uma grande separação.
como se uma simples mudança de hora fosse mudar alguma coisa - no sentido mais profundo, claro.
quem somos,
o que desejamos,
o que faremos.
acho que, muitas vezes, essa coisa de saudar "feliz ano novo" e tal é muito mais uma convenção, uma maneira de nos socializarmos, do que sentimento em si. não fujo dela, mas não a faço se não houver algo aqui dentro que o indique. caso contrário, fica vazio - e de vazio já basta muita coisa .
disso tudo faz parte aquela chamada esperança. aquela sem a qual a gente praticamente não vive, admitindo ou não. em meio ao caos em que nos encontramos, é preciso acreditar que as coisas vão melhorar. é isso ou a apatia, o ver tudo passar .
sim, tudo passa. sempre passa, mas a gente não pode só ver. a gente tem que ser, e tem que estar, ou então não adianta.
tem mais uma coisa: não entenda a eternidade ao pé da letra. pretendo conseguir explicar algum dia o sentido que dou a ela. é complicado.
eu preciso escrever, preciso me convencer a respeito de certas coisas, preciso deixar fluir o que não sei que é.
então, é isso.
a cada dia
eu agradeço,
perdoo,
peço perdão,
desejo
e amo.
aprendo,
e esqueço o que passou.
e o que não passou também.
feliz ano novo !
[não há como fugir, mas é de verdade.]
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