Era uma vez um menino que vivia no mundo da imaginação, alheio à realidade que o cercava e o habitava.
Ele queria que todos fossem brinquedos - ou melhor, bonecos e bonecas de porcelana - perfeitos, inocentes e absolutamente controláveis.
O menino não enxergava o mundo como ele é e não entendia - ou não pretendia entender - o porquê das coisas serem como são. Achava, ainda, que tudo tinha uma explicação acabada, automática, inquestionável e perfeita.
Ele insistia que as pessoas vissem a sua essência, mas o que mais valorizava, no fundo, era a aparência das coisas. Era nesse ponto que residia a sua contradição, sua alegria e perdição.
O que é real não pode ser emoldurado.
A realidade é inacabada, ainda que a gente não se acostume ou não compreenda tal fato.
Porque nem tudo é aparência, porque o perfeito não existe além da nossa imaginação.
O menino ? Ele é bom .
Está em todo lugar.
E em lugar nenhum.
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