quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

feliz ano novo .

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falar em último dia é estranho.
último dia do ano.
como se existisse uma grande separação.
como se uma simples mudança de hora fosse mudar alguma coisa - no sentido mais profundo, claro.
quem somos,
o que desejamos,
o que faremos.


acho que, muitas vezes, essa coisa de saudar "feliz ano novo" e tal é muito mais uma convenção, uma maneira de nos socializarmos, do que sentimento em si. não fujo dela, mas não a faço se não houver algo aqui dentro que o indique. caso contrário, fica vazio - e de vazio já basta muita coisa .
disso tudo faz parte aquela chamada esperança. aquela sem a qual a gente praticamente não vive, admitindo ou não. em meio ao caos em que nos encontramos, é preciso acreditar que as coisas vão melhorar. é isso ou a apatia, o ver tudo passar .
sim, tudo passa. sempre passa, mas a gente não pode só ver. a gente tem que ser, e tem que estar, ou então não adianta.  

tem mais uma coisa: não entenda a eternidade ao pé da letra. pretendo conseguir explicar algum dia  o sentido que dou a ela. é complicado.

eu preciso escrever, preciso me convencer a respeito de certas coisas, preciso deixar fluir o que não sei que é.

então, é isso.

a cada dia
eu agradeço,
perdoo,
peço perdão,
desejo 
e amo.

aprendo,
e esqueço o que passou.
e o que não passou também.   


feliz ano novo !
[não há como fugir, mas é de verdade.]

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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

...

... porque não gosto de fim de ano.
acho que nunca gostei.
deve ser algum trauma ... sei lá.
na verdade, tenho dificuldade com mudanças... sejam elas quais forem.
se forem, posto que nem sempre são.

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terra versus campo.

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no começo, tudo parece um campo lindo e florido.
é difícil imaginar que atrás desse campo florido no qual você se esconde, existe uma terra seca e esquecida.
esquecida, porque ela mesma o fez e porque deixou de acreditar. será que nunca acreditou?
água !
vento !
nada é o bastante.
aquela terra seca precisa se perder.
o campo florido é o caminho que ela precisa para continuar.
continuar com o quê?
que venham a água, o vento, os pássaros. e tudo o mais.

se você quiser se encontrar, é melhor se esconder.
o contrário é válido na mesma medida - é o que sobra após tempestades e dias ensolarados. 

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sábado, 20 de dezembro de 2008

tempo de ...

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tempo hoje:
chuva.
tempo de festas,
de encerramento de ciclos,
de planos para mais um ano.
tempo de mais uma chance,
de mais um dia:
um de cada vez.
tempo de vida.



... porque a gente precisa tentar.
e fazer da dor, seja ela qual for,
uma nuvem passageira.
uma nuvem que possa anteceder um céu limpo, cheio de estrelas a brilhar.  
uma nuvem que se desfaz e mostra o sol para a todos iluminar.

[simples, tem até rima... não importa a forma, mas a intenção.]   


... tinha tanta coisa na minha cabeça pra escrever,
mas tudo fugiu.
daqui a pouco volta. e fica aqui ! 

 
... termino com "Vida Doce", do Marcelo Camelo:

toda beira é final de dois 
eu deixo tudo sempre pra fazer mais tarde
 e assim eu caminho no tempo que bem entender
 afinal faz parte de mim ser assim.
 mais um pouco e vai dar sinal 
brinco de esconder 
caminho de fé não vou mais só no que a vida me traz  

vida que é doce levar o caminho é de fé
diga que eu não vou 
onde você for vida me leva 
e todo sentimento me carrega  

quem no balanço do mar caminha num baque só 
quem no balanço do mar caminha num baque só 
vida que é doce levar avisa de lá que eu já sei 
todo balanço que dá neste navegar naveguei.
 
[tão lindo ! eu vi !]

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

do tempo ao lugar e à lua estrela.

... faz tempo, hein?!
não por falta de assunto ou sentimento.
algumas coisas precisam ficar suspensas por uns dias, até que recuperem seu lugar.


palavra: lugar.
eu tenho?
você tem?
será que alguém tem ?
não é fácil responder, 
principalmente quando as perguntas são mensuradas pelo que se esconde nas entrelinhas.
a superfície é visível, mas um pouco nebulosa.
às vezes o que a gente pensa que tem não passa de uma ilusão .
um dia podemos encontrar, eu acho .
e o que vamos fazer?
refletir, limpar e entender o que a vida nos mostra.
aí descobrimos que o lugar é.



... os seres encantados precisam se cuidar.
cada um tem seu ponto fraco e sabe qual é.
saber já é um começo.
só falta acreditar e fazer.
o maior veneno é encontrado dentro de cada um,
assim como a melhor cura.


... encerro com a letra de Lua Estrela, da banda Manacá.
ótima !

É de madeira a porta que bate e o cão que late
Não morde e a janela que lá fora o sol esconde 
O vinho quente e vermelho não deixa cair, deixa fluir.
Demora, mas nunca mais pra sempre é que não é.

Vento que bate, leva embora pra longe... 
A tristeza que agora não posso mais carregar  

À noite o gato que corre na rua
A lua e a estrela que brilha 
O xale azul e os olhos de ameixa 

A mão que é sua, a sombra, a voz e a vontade que dá 
Ai que esse amor de tão grande acaba por me matar


... e a vida segue.

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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

ela em palavras.

... a filha do vento em conhecidas palavras:


Bob Dylan: like a rolling stone.
Rolling Stones: I can't get no satisfaction.
Cazuza: mentiras sinceras me interessam.

Renato Russo: sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher.
Os Mutantes: ando meio desligado.
Raul Seixas: sou estrela no abismo do espaço.
Janis Joplin: cry baby.
Alanis Morissette: you live you learn.
Amy Winehouse : I told you I was a trouble.
Los Hermanos: essa menina não quer mais saber de mal-me-quer.
Lenine: o agora e o infinito, só o que me interessa.
Fernanda Takai: descansa coração e bate em paz.
Pink: I'm a hazard to myself, don't let me get me.
Yael Naim: there's a beautiful mess inside.
Pitty: tô aproveitando cada segundo antes que isso aqui vire uma tragédia.
Elis Regina: a esperança dança na corda bamba de sombrinha.
Foo Fighters: what if I say I'm not like the others?
Ben Harper: she had diamonds on the inside.
Nando Reis e Cassia Eller: o mundo está ao contrário e ninguém reparou.
The Queen: I want to break free.
Damien Rice: the blower's daughter.
Maria Rita e Camelo: e fazer do teu sorriso um abrigo.
Coldplay: viva la vida !
The Beatles: all you need is love.


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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

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God only knows what I'm feeling.
but nobody knows ...

why should I care?

I wanna scream.
I wanna cry.
I wanna forget.
I wanna run away...
And fly.

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

parada obrigatória.

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dor.
cama.
sofá.
água.
frio.
remédio.
calor.
sono.


e tudo se repete.
freio?

a parada obrigatória para recuperar as energias.

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sábado, 29 de novembro de 2008

... continuando "uma rosa":

a rosa se sente bem com a chuva.
é uma mistura de sensações:
os pinguinhos suaves batendo nas suas pétalas...
o conforto.
o cheiro da terra molhada...
as lembranças.
o vento que a balança...
a mudança.

ela está viva.

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acerca das consistências e tamanhos.

mais um começo de tarde no bandeijão chique:

- nossa! já acabamos?
- é.. comemos muito rápido.
- a fome era tanta... nem falamos nada.


- meninas, posso tirar os pratos? a comida estava boa?
e ele já vai retirando, mesmo sem a primeira resposta.
algumas estavam mastigando e só emitiram um singelo "uhummmm".

- só não consegui comer isso aqui. está duro e eu não gosto de coisas duras.
- hã???
todas se entreolham. risinhos.
- aah gosto de coisas duras e grandes, mas não isso aqui ! só comi as florzinhas ...
- bom.. melhorou um pouco.
- florzinhas??
- é aquelas coisinhas da ponta.
- ...

- você vai escrever sobre, né?
- vou sim ! rs
- acerca das consistências e tamanhos.


alguns minutos depois, na fila para pagar a conta.
- odeio filas !
- já viu quem está ao lado?
- titia !
- fala baixo e sem empurrar, por favor.
- ...

e titia se aproxima e fala:
- aah vou aproveitar que a proac está aqui... posso entrar na frente de vocês?
- pode, né? sem problemas...
- só não posso pagar a conta de vocês, tá?
- poxa.. a gente estava contando com isso.
risinhos atrás.
- é brincadeira.
- eu sei !

- tchau, meninas !
e todas:
- tchaaaau !


- a gente tem educação.

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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

rosa.

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numa terra longe daqui há uma rosa.
tudo o que sabem verdadeiramente sobre ela se resume a duas palavras:
uma rosa.

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terça-feira, 25 de novembro de 2008

...

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ocupada.
cansada.
desligada.

e controlando o descontrole que não é só meu.


... a cigana quer seguir outros ventos.


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domingo, 23 de novembro de 2008

chuva dos contrários.

o som da chuva me lembra os contrários.
aqueles que estão na minha vida, aqueles que sinto.
o tipo de coisa que me agrada e me confunde.
amor e dor.
não tem como ser diferente.
sou da ordem dos contrários.
os contrários que se encontram.

passado, presente e futuro.



... e amiguinha falou:

- fui a uma cartomante. ela falou que você é uma amiga verdadeira.
- ufa !
- você prefere ouvir, não gosta de falar de si mesma ... fica muito triste.
- é, né?! tem coisa que a gente não esconde, mesmo não falando.
- aahhh e ela disse que você não sabe escolher de quem gosta.
- pois é. e isso é uma beleza ... ô karma !


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sábado, 22 de novembro de 2008

muda.

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é mais fácil correr.
é mais fácil deixar.
é mais fácil não ser.
é mais fácil não viver.

quem disse que o mais fácil é o melhor?

a dificuldade maior a gente cria.
o pior é quando a gente acredita nela.

acreditando, permite-se o controle.
do interior ao exterior.
depois de algum tempo, interior novamente.
e o que acontece ?

muda .



... tem um outro conto querendo nascer. daqui a pouco chega a hora.

parece que o tipo de coisa que quero não existe mais... ou não é para mim.
para meu espanto : já nem sei a diferença que faria aqui dentro.
o vento traz.
o vento leva.
o vento venta.

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

...

de volta para a casa.
as árvores da alameda fazem falta.

chuva e frio... como eu gosto !
pois é, não sou daqui. eu sei.

é tão bonito o reflexo da chuva na lagoa.
e o ventinho que bate.

encontro perfeito: vento, chuva, lagoa e plantas verdinhas e alegres.
e eu vi.
novamente senti e lembrei de sei lá o quê.
é a vida .


escrevendo e relembrando ao som de Little Joy.


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o almoço de zumbi.

... enquanto zumbi organizava seu quilombo em algum lugar do tempo e do espaço, mais um dia de almoço coletivo no bandeijão chique :

- boa tarde, senhora !
- boa tarde !
- é para três ?
- não, seis !
- aah tá. [esse povo da uff vem em bando para cá, faz uma bagunça danada... e depois ainda pede desconto !]

- coloca essa no blog, vizú !
- ah não, isso é pra fotolog.
[cai o cani no chão ... essa gente se enrola com pauzinhos.]
- mas e as fotos? rapaz, cadê a câmera?

- a câmera ficou na mochila .
- maravilha... rs
- é aniversário de alguém?
- não. estamos celebrando a amizade !
- aaah é. está bem.

- o senhor aceita mais um chopp?
e todas, menos ele, respondem:
- não. ele ainda vai trabalhar, moço... hahaha
e ele, com seu harém, fica com cara de bobo .

- e a chefe, rapaz?
- estou com medo dela... vou levar cachaça pra ver se acalma.
- hauhauuahuahuha.

- hora de voltar. quem paga a conta?
- tem desconto.
- oba ! metade ele, metade o resto.
- assim não dá.
- deixa para a próxima.
- semana que vem.
- certo !


... doce morena rosa, olha aí, escrevi !
vou sentir tanta saudade ...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

...

... porque eu amo olhar para o nada.
olhando pra o nada, me aproximo do tudo.
e fico quieta. uma calma chega devagar.
o espírito pede um pouco de descanso... e recebe.
o frio ajuda.
alguém grita ...
estou de volta.


posso ficar longe.
não mata.
é bom.


eu sei que você sabe que eu sei que você sabe.
não precisa fingir que está tudo bem .
para mim, na verdade, está.
não foi culpa minha... nem sua.
a gente só queria a mesma coisa.
aconteceu.
sempre acontece.
não é a primeira ou última vez.
você sabe.
e eu sei.
nada sabemos.



a coruja fez terapia do sono.
conseguiu dormir,
mas não acordou.
era cedo e ela não gostava do sol.
então, só abria os olhos e saía.
e fazia o que precisava .
faltava alguma coisa.
então, abria os olhos.
ela pertencia à noite.
e não queria perdê-la.
terapia de novo?

sono .
sonho.

acorda !
oi, sou eu.


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sei lá o quê.

... não me ofereça monossílabos quando deixo à sua disposição o maior número de arranjos possíveis da língua, portuguesa ou não, e todas as formas de linguagem.
mais do que isso: o que te ofereço é simples e sincero. incontável e incomparável.
é a linguagem do sentimento verdadeiro. aquela que não tem fronteiras, que não precisa sequer de símbolos pra exprimi-la, que é universal e que entende-se até de olhos fechados e ouvidos tapados.
por isso, mantenha a alma aberta.
não é sempre que tenho forças para procurar as chaves ou entender o que há por trás de uma letra.
se é que há alguma coisa.
chave ou sentimento.

sei lá o quê.



[descansa coração e dorme em paz]



"as pessoas acham que eu tenho a resposta,
mas eu não sei qual é a pergunta". (Renato Russo)

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terça-feira, 18 de novembro de 2008

...

... tenho pensado muito na eternidade ultimamente.
não no palpável, claro. 
o que é eterno não tem como ser mensurado.
falo daquelas coisas que mudam a gente para sempre,
que deixam marcas inconfundíveis e sem definição.
momentos absurdamente loucos e sem sentido.
pessoas especiais.
lugares, cheiros, gostos, sons ... memoráveis e únicos.
únicos por si só.
porque são.

só me resta pensar nisso.

as outras milhões de coisas que tenho que fazer, faço.
sempre faço.
faço para não lembrar o que não consigo esquecer.
o que está indo embora.
o que talvez nunca tenha estado.


[socorro]
 
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sábado, 15 de novembro de 2008

o encontro e a eternidade.

no jardim próximo à serra havia uma espécie rara de girassol.
ele não virava para o sol e, segundo a lenda, tinha uma vida curta.
sua grande paixão era a lua e seu encanto misterioso .
era o brilho fosco da lua que o alimentava, ainda que não fosse o suficiente.

o girassol sabia que negar o sol seria o seu fim. e próximo.
mesmo assim, não se importava:
queria aproveitar o máximo possível aquela sensação inexplicável.
ele e a lua.
esse encontro, para o girassol, era tudo.

a cada momento o girassol descobria que a lua era a sua alma.
ele se entregava , e, ao se entregar, vivia.
em pouco tempo não estaria mais ali,
mas a alma é eterna. e ele sentia.

a natureza agradecia, fascinada,
porque presenciava o grande encontro com o infinito.
aquilo que só a entrega permite conhecer.


a eternidade não precisa de muito tempo.
o desencontro está em acreditar no fim.


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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

...

... ainda tem mais umas coisinhas:
também acho que o que quero ainda não tem nome.
saudade dói.
a insônia me convenceu: o céu e o infinito.



"diz quem é maior
que o amor
me abraça forte agora
que é chegada a nossa hora
vem vamos além
vão dizer
que a vida é passageira
sem notar que a nossa estrela
vai cair."


... tenho andado ocupada demais.
é bom e é ruim.
como sempre ... os contrários.


algumas coisas ficam guardadas até a gente saber o que fazer com elas.

olhos? olheiras.


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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

sublime.

... o inesquecível me sustenta hoje.
não quero que essa sensação vá embora.
tem alguma coisa diferente e preciso que assim continue.
vou tentar... está além.
como disse Jagger:
nem sempre você pode ter o que quer,
mas se você tentar,
pode ter o que precisa.
e é isso.

eu preciso, sim.
e nada é impossível de mudar.
estava ali ... e eu vi e senti.
a minha alma chorou.
outras almas sorriram e choraram.
então, minha alma sorriu.


foi sublime.
gosto dessa palavra:
sublime.
é inesquecível.


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domingo, 9 de novembro de 2008

o 8 de novembro de 2008

o dia das descobertas, passagens e surpresas.

sim, eu estava feliz.
acho que ainda estou.
feliz, principalmente, por ter passado por mais uma etapa e por ter feito pessoas felizes.
era preciso concluir algo na minha vida.
só eu sabia o que isso significaria.
o que significou.
ontem eu percebi que os ritos são importantes.
percebi, mais uma vez, que contribuir para momentos felizes dos outros me completa.
é isso. acho que aí estava o mistério.
tudo aconteceu para que chegasse aquele dia.
eu vi uma luz.
as supresas foram inscríveis.
os amigos, maravilhosos.
os mestres, brilhantes.
as tensões, essenciais.
as alegrias, inexplicáveis.


... daqui a pouco continuo.
algo está diferente aqui.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

... seguindo "a fada e o sapo" :

para a fada, o sapo é o príncipe dos duendes.
a alma dele não é de um sapo comum.
ela quer vê-lo bem na floresta,
ao seu lado ou não.
e é isso o que importa .

alguns seres da floresta são encantados
e, muitas vezes, não percebem a força que têm
e a grandiozidade das suas almas.
é uma questão de tempo,
é aprender a amar e a ser amado,
é dar espaço para a vida plena.



... é preciso dar um tempo nessa história.
ouvi dizer que é bonitinha, mas realmente precisa de tempo.
não pode ser o fim.
tempo.
tempo.
tempo.
alguém quer?



eu quero tempo.
quero o mundo.
quero o que se quis há algumas décadas.
é coisa de louco?
pode ser.
lembro de ter lido em algum lugar que pra ser feliz é preciso ser louco.
então tá.
ser louco.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

terça-feira

... fiquei com as unhas roxas,
com o rosto pálido,
e sem saber o que pensar.
sobrecarga,
tensão
e insônia.
está tudo bem, sério,
é tudo momentâneo.



... e, continuando o conto "a fada e o sapo":


a fada ainda ama o sapo.
não sabe até quando vai durar.
ela teme estar entendendo tudo errado.
o que deseja, nem ela sabe.
às vezes, tem vontade de ser sapa
e de brilhar como fazem aqueles bichinhos da noite.
não consegue.
chega a pensar que a ela não é permitido esse tipo de coisa,
porque, afinal de contas, é uma fada.

hoje ela descobriu que somos,
na verdade, contemporâneos do nosso passado.
que ao olhar para o céu vê o que já passou.

e a vida segue:
a fada ainda ama o sapo.
não deixou de amar.
sofre porque quer,
e deve saber disso.
ela, no fundo, agradece ao sapo.
conheceu lugares da sua alma que nem imaginava que existiam.

a fada também sente falta dos duendes.




... sobre o céu e o passado merece mais.
e vai ter, qualquer hora dessas.

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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

... histórias e mais histórias.
a vida deveria ser um conto de fadas.
é só observar.. e a gente consegue.
está ao nosso lado.

gosto de contos.
atendendo a pedidos, inventarei mais alguns.
sim, inventarei.

a fada e o sapo foi só o começo.


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domingo, 2 de novembro de 2008

a fada e o sapo.

essa é a história de uma fada que se apaixonou por um sapo.
sim, uma fada. não uma princesa.
princesa é irreal demais.
ela não gostava muito de ser irreal,
mesmo que muitas vezes assim parecesse e fosse.

a fada estava lá, sozinha, no seu canto.
sozinha, porque era como ela se sentia.
não importava o que acontecesse.
apesar disso, vários duendes a acompanhavam sempre.
os duendes eram tudo para ela, mas ela não. não era.
eles sabiam disso. pelo menos, deveriam saber.
o que eles sabiam, de fato, era que nunca chegariam ao ponto de entender o que se passava na cabeça dela... o que fazia aqueles olhos perderem o brilho diferente de uma hora para outra, o que a fazia chorar desesperadamente, o que a fazia se desprender tanto.
era o mistério mais claro que havia entrado na vida deles.

eis que num belo dia, ou melhor, numa bela noite,
cruzou com os olhos de um sapo a cantar.
ela não deu muita confiança, estava celebrando com os duendes.

só que a fada, mais sensível do que nunca, não contava com a astúcia do sapo.
aí está uma contradição.
no meio de tanta sensibilidade, de coisas que pareciam tão verdadeiras e fortes, não estava conseguindo entender direito os sinais.

o sapo sempre dava um jeito de tentar encantar a fada ...
e ela, com seu encanto sutil, correspondia.
acreditava em coisas que não se vê.
na floresta, encontrava umas sapinhas acompanhando esse sapo, mas não se incomodava a fundo.
sabia que era assim que funcionava a vida dos seres terrestres.

algo incontrolável acontecia.
ela sentia tanto, que não sentia mais nada.
quanto a ele, não sabia ao certo, pareceia não saber o que queria ou o sabia muito bem.
e ela temia.
temia estar com neblina a sua volta.
temia estar de volta ao mundo da ilusão.
temia estar enganada.

eram muitos temores.
a cabeça dela já não estava dando conta.

o canto do sapo a hipnotizava.
ele dizia que queria ser vaga-lume.
ela gostava.

até que um dia ela percebeu,
com a ajuda de uns duendes e uma sapinha,
que tinha alguma coisa estranha acontecendo com aquele sapo.
o papo dele estava indo longe demais.
tudo o que ela queria era entender e aceitar, mesmo que demorasse,
porque sabia que não podia controlar tudo.

o tempo passava,
a dor aumentava.
ela descobriu coisas que não queria.
não queria que fossem verdade,
mas só conhecia uma parte da história.
e sabia que não era o suficiente.
os duendes ficaram bravos
e não acreditaram em lágrimas derramadas.

a fada,
que sempre foi chorona,
que cuidava de tantas coisas na floresta,
que sentia o mundo em suas mais dolorosas faces,
não chorou.
ela estava cansada dos fantasmas,
cansada do que o sapo a fazia lembrar,
ainda que não tivesse o que lembrar, objetivamente.

então, numa noite cheia de sonhos - porque vivia deles -
a fada decidiu não pensar mais, não amolecer, resistir.
ela tinha a noção de que seria difícil e aos poucos, mas a decisão, por si só, já trazia certa calma.
só ela compreendia o quanto as decisões doíam e aliviavam.
o sapo?
contiuava a ser quem era, com as mesmas coisas.
talvez não tivesse idéia do que a fada estava passando,
mas gostava dela
porque ela fazia bem a ele de alguma forma, e voava.

a história não acabou.
a fada ainda sente o sapo, mas tem que aprender a não sentir.
não desiste fácil dos seres.
ela se entrega, se rende, mas mantém a alma de fada.
isso ela não consegue alterar.

sabe qual é o problema?
a fada acredita na eternidade, no sublime, e é por isso que ela voa.
cai de vez em quando, mas o vento a segura.
aliás, amava tanto o vento que dizia ter um pedaço dele em si.
o mesmo vento que protegia os duendes, que balançava as árvores,
que confundia o sapo e que fazia dispersar a terra.

a fada queria voltar para a lua
e brincar com as estrelas,
sob o olhar atento do sol,
e com o vento em seu interior.

apesar de estar muito cansada,
preferiu ficar, enfim.
e viver
e deixar viver.


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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

...

hoje não sei o que escrever,
embora esteja com uma certa necessidade.
pena que o cansaço não deixa.

viva a classe trabalhadora !

quanto ao amor, prefiro não comentar.
é e não é.

um dia a gente consegue amar - no sentido pleno da palavra.
e do sentido.



"Let me take you down
cause I’m going to strawberry fields
nothing is real, and nothing to get hung about
strawberry fields forever"


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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

aprendendo a não desaprender.

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definitivamente, NÃO consigo entender.
por que está acontecendo isso tudo ?
por que eu ?
ou melhor, por que não eu ?
por que você ?


infelizmente, senti ânsia de vômito.
belas frases, mas fiquei confusa.

já estava ficando tudo tão calmo...
e vem mais essa.

queria que não fossem apenas frases,
que o dito e o percebido não fossem verdade.
enfim, que fosse de um outro jeito.
que fosse, realmente.


abandonei o barco, mas ele seguiu a correnteza que me levou
e eu não sei o que fazer.
vejo golfinhos e tubarões, mas é difícil reconhecê-los... parece que conseguem trocar ou camuflar seus papéis.
alguns golfinhos me guiam, procuram me entender e querem me ajudar a me afastar do barco.
e eu continuo a não saber .

vai passar de novo.
pode ser o contrário?
vamos ver ...
vai ficar se o vento continuar,
e se for para o bem,
se for para o bom.

não quero e não preciso de um peso que não é meu.
desculpa, mas não consegui evitar.
há dois lados,
força,
sensibilidade
e dor.

é essencial lembrar a responsabilidade,
mas ela foge às vezes.
eu admito.
é aprender,
desaprender
e aprender de novo.




... a morenarosadoce escreveu coisas lindas ! é a colombina mais legal que conheço... vizú ! adoreeeeiii !
a fundamentação foi ótima também : colombina, arlequim - espelho invertido . gracinha !
essa menina me lembra alguém ... rs

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

...

... eu precisava voltar só pra registrar mais um trecho do blog do Saramago, sobre Rita Levi-Montalcini, ganhadora do Prémio Nobel de Medicina em 1984. aí vai:

"Disse ela: “Nunca pensei em mim mesma. Viver ou morrer é a mesma coisa. Porque, naturalmente, a vida não está neste pequeno corpo. O importante é a maneira como vivemos e a mensagem que deixamos. Isso é o que nos sobrevive. Isso é a imortalidade”. E disse mais: “É ridícula a obsessão do envelhecimento. O meu cérebro é melhor agora do que foi quando eu era jovem. É verdade que vejo mal e oiço pior, mas a minha cabeça sempre funcionou bem. O fundamental é manter activo o cérebro, tentar ajudar os outros e conservar a curiosidade pelo mundo”. E estas palavras que me fizeram sentir que havia encontrado uma alma gémea: “ Sou contra a reforma ou outro qualquer outro tipo de subsídio. Vivo sem isso. Em 2001 não cobrava nada e tive problemas económicos até que o presidente Ciampi me nomeou senadora vitalícia”."


... ele disse que Rita é o caminho .
pena que a maioria dos homens está longe de percorrer esse caminho.

um dia a gente chega lá.

.

e tudo passa.

.

passou...
não quero mais.
para meu espanto, felizmente.


você pode fazer várias coisas e eu perdoar.
só não perdôo em dois momentos:
quando me subestimam
e quando me usam.
é demais pra mim ...
minha alma não suporta esse tipo de coisa.

eu me entrego com a certeza de ter sido verdadeira
o máximo que alguém pode suportar,
até a dor chegar.

não sei se todos os lados da história
perceberam o que se passava,
mas eu percebi. tarde, confesso.

ainda tenho que decidir o que fazer com o que está aqui.
acho que vou embrulhar e mandar para netuno.
longe e frio.

um dia saberão,
um dia saberemos
e conheceremos cada um.
é assim.


vou caminhar
certa de que existirão pessoas comigo,
certa de que quem não está presente
não merece ou ainda não está no momento.

sei que estou longe, mas tem gente que alcança.
e isso me conforta.
mais do que tudo.

passou...

.

domingo, 26 de outubro de 2008

com licença.

.

mais uma semana foi embora.
e eu aqui.
por que é diferente?
não sei.
só sei que é.
e cansa. e dói.

fragilidade e força.
pode?
sim, claro.
paradoxo ou antítese ?
é.



com licença, meu eu-lírico está passando.
ele quer um lugar na história central,
porque ficou penoso demais só ler e ser um outro qualquer.
ele precisa estar
e viajar enquanto está.
e sonhar.


viver, não apenas sobreviver:
eis a questão.
difícil, não?




... Little Joy !

Red from start to end
and we can't
*hold the feelings which are crossing the brain*
strips the cord of a sensible world
what's worse?
...
(Keep Me In Mind)


.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

... é.

eu quero fugir !



... uma amiga colocou no nick do msn :

"um band-aid no coração, um sorriso nos lábios - e tudo bem "

falou tudo. essa frase é do caio, sempre citado aqui... perfeita !




é muita confusão pro meu gosto.



por enquanto, termino com Cartola:

(...)
Ouça-me bem amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés


.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

...

não dá para abraçar o mundo.

está tudo ao contrário.
por que é mais fácil ver o lado ruim das coisas ?

não quero mais isso.
eu tento.

por que você não tenta ?
olhe para fora e reflita sobre o que você encontra dentro.
ajuda um pouco,
pode ser um caminho para resolver o que não se sabe.
porque, no fundo, a gente sabe. só a gente.
e eu preciso reforçar isso.
por mim e por você, amigo.


sabe porquê?
" o mundo está ao contrário e ninguém reparou".
então, repara.
o tempo não pára.


[calor,
humor oscilante.]


... momento caio fernando abreu:

"-Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
-Natural é encontrar. Natural é perder.
-Linhas paralelas se encontram no infinito.
-O infinito não acaba. O infinito é nunca.
-Ou sempre."


... momento clarice:

"Quem me acompanha que me acompanhe: a caminhada é longa, é sofrida mas é vivida."


.

sim, vale. e valeu.

... o fim da tarde foi bom.
reunião.
pensei que iria ser só mais um aborrecimento, mas não.
fiquei surpresa e isso me emocionou. de verdade.
talvez quem estava lá não tenha percebido a movimentação interna que me causou.
encontrar pessoas que não vejo há alguns meses e que foram constantes nos últimos 4 anos e meio, mesmo que não tenham sido tão próximas, foi algo como "as coisas podem ser diferentes e você precisa voltar a se surpreender com a vida".

é.. eu precisava disso.
fugiu da rotina e trouxe um pouco de luz.

como se diz, vamos socializar !
o lanche decente fica pra próxima, mas valeu.

afinal de contas, como diz o poeta :
"tudo vale a pena se a alma não é pequena"
(se não for exatamente assim, não importa.. é a mesagem que fica)




mais importante do que parecer feliz, é sentir-se feliz.
não se esqueça.
porque o essencial a gente não vê, mas sente.
sente com as batidas do coração,
sente com o arrepiar da pele,
e com os olhos da alma.


.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

do príncipe.

... devia ter escrito ontem
e ter aproveitado a insônia.
tinha tanto a expulsar.
sim, expulsar.
e agora, as coisas me escaparam.

bom, vamos tentar.
o pequeno príncipe tem me acompanhado
e tem sido bom.
eu preciso lembrar ... e esquecer também.
porque perdi alguma coisa, não sei onde.
e está me fazendo falta.

eu sei que parece redundante,
mas não é.
não peça provas...
"o essencial é invisível para os olhos".


e é isso que eu sei por enquanto.
deixei que me cativassem.
e me cativaram.
a responsabilidade?
é nossa.
"tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
e o cativar exige permissão.
é assim... e não dá para fugir.
é a subjetividade mais objetiva que conheço.
é o imaterial que se materializa pelo simples fato de existir,
ainda que não dê para explicar ou provar.


...